quarta-feira, 29 de dezembro de 2010
Rapidez
terça-feira, 21 de dezembro de 2010
Um ano atrás...

Então, mais um ano passou pela janela do teu quarto(nossa quase plagiei Acústicos e Valvulados, tenho que me policiar...)e do meu também. Um ano de muitas decepções, ao menos pra mim é claro; decepções quase teatrais,ensaiadas com assustadora previsão. Mas todos mantinham a esperança de uma virada ou de um milagre tal qual quando torcemos para o Dicaprio não morrer no final do Titanic, ambos não vieram. Portanto, por onde começar ?
Bom acho que pela copa do mundo é perfeito. Tínhamos um time decrépito, um técnico burro(para não dizer pior), um camisa 10 decadente e assim mesmo como bons brasileiros, muitos acreditavam no hexa, doce ilusão. A eliminação nas quartas de final foi o balde de gelo sobre uma nação que esperava a taça, é claro com exceção minha e do Escobar(aquele cara auto esporte, sem graça e calvo do Globo esporte).
Similar ao vôo curto dos canarinhos, foi a pretensiosa campanha de Serra para a presidência brasileira. Eu votei nele mesmo sabendo que seu vice era fraco e inexpressivo, mesmo sabendo que a sua campanha desandou para a baixaria, mesmo sabendo que o Temer era o vice da Dilma,mesmo sabendo que ele parecia o Mr.Burns dos Simpsons... Mas acima de tudo votei no vampirão nem tanto pelos ideais políticos deste ou se coincidiam com o partido dele,mas sim pelo fato do país precisar de uma reciclagem politica, e sei que agora é tarde.
Fora esses dois tópicos-mor, tivemos também a ascensão do sertanejo universitário e das amaldiçoadas bandas coloridas, a consolidação dos VLOGs na internet, o Stand up comedy se alastrou pelo país tal qual uma epidemia,chuvas torrenciais, sol escaldante, a disseminação do 3D, e por fim a completa interação dos videogames com o publico(principalmente adolescentes obesos). Eu pensei em fazer uma "contra-retrospectiva", mas não tem porque,quer dizer tem sim, eu estou cansado dessas retrospectivas da tevê que tem musiquinhas felizes e edições toscas, emoções enlatadas, é triste. Assim com toda minha honestidade democrática digo e reitero: o ano foi frustrante pra mim e pro Dicarpio,fazer oque né? E pra ti não foi ?
terça-feira, 30 de novembro de 2010
Conto moderno-conjugal #1
Ela esbravejava,enquanto adoçava o seu café.
- O que? O que eu fiz?
- Não me venha com essa...quem era aquela loira exijo explicações!
- Que loira, sobre o que tu estas falando?
- Seu calhorda, ainda tem a petulancia de fingir-se de desentendido, mas quer saber? Esses dias sonhei com o George Clooney ele estava vestido de batman e me carragava em seus braços, foi maravilhoso!
- Como assim sonhou? E a loira ? O que eu fiz? George Clooney? Batman ? Meu amor você está bem?
- Ah, eu vou trabalhar que estou atrasada, na volta conversamos melhor sobre isso...fui.
- Mas,mas...
A porta bateu, ela foi-se, e ele ficou remexendo seu sucrilhos, pensando:
- Putz, aquele Batman é ruim pra cacete, prefiro o Cristian Bale.
Conto Conjugal #1
- Mala.
- Relaxado.
- Neurótica.
- Pinto pequeno!
Pausa dramática...
- Mentirosa...tá blefando, sempre disse que ele era colossal, um ''obelisco do prazer''. Sim essas eram as palavras que você adorava proferir....
Segunda pausa dramática...
- Menti...pronto falei, menti! Teu pinto deve ser no máximo normalzinho...
- Normalzinho! Nossa quem te nomeou a urologista do pedaço?! O que mais eu não sei?! Teu nome é esse mesmo, a tua idade é verdadeira...teus olhos são azuis mesmo?
- Ai, quanto drama, o que importa é a performance...
- Aha viu ! Pelo menos admite...
- ...que digamos de passagem não é o bixo.
Terceira pausa dramática...
- Por quê começamos a discutir mesmo?
.
Conto Moderno #1
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
Paul e a República Riograndense
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
As aventuras de Carlos Tommasi
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
E a namorada?
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
Começou a temporada europeia

domingo, 19 de setembro de 2010
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
Recuerdos de uma infância não tão remota

terça-feira, 24 de agosto de 2010
O bom conselheiro.

Quando sentei na cadeira hoje e parei pra pensar sobre a presença internética na minha vida e provavelmente na tua também,me preocupei. Quer exemplos? Os darei então.Aproximadamente á 5 ou 6 anos atrás, a grande maioria dos jovens da minha idade incluindo eu , desfavorecidos de banda larga(uma maioria já não mais crescente) ao ver que faltavam 10 minutos para meia noite, disparavam para frente do monitor ''tubo'' de 14 polegadas digitavam a senha no provedor e esperavam um universo se abrir a sua frente, um universo chamado internet que até então cabia em singelos 54kb e tinha um som esquisito. E assim as vidas seguiam normalmente sem preocupações de descascar ou ser descascado no formspring, colocar que está namorando no orkut ou até atualizar as fotos do facebook,bloggar,tuittar,migrar, tantos verbos novos e tão poderosos, tão tentadoramente acessiveis. Mas totalmente desconhecidos nessa não tão distante época onde as salas de papo reinavam e 16 bits eram luxo .
Pois é meus caros, toda essa evolução enlatada ou digitalizada (como preferir ou convir), nos trouxe facilidades e ferrementas tão espetaculares que nos fez pensar: "Como vivemos tanto tempo sem isso!?" Para minha humilde pessoa semi-informatizada digo que o Google pode te fazer muito feliz ou pelo menos faze-lo pensar que é... Eu já posso dizer que a ferramenta de busca é meu melhor "conselheiro", ele me diz tudo que eu quero e preciso saber(ou julgo precisar) , seus conselhos me valem notas,horários,programas,telefones, conhecimento, o Google é minha biblioteca de Alexandria Hi-Tech.
Assustador...
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
De qualquer forma, no sofá

quinta-feira, 12 de agosto de 2010
Nunca diga não ao panda (never say no to panda).
creamchease da marca Panda, e quem não quer come-lo sofre conseqüências, promovidas por um panda enfezado. Ganhador do 57 premio internazionale de propaganda, vale uma conferida, excelente!
terça-feira, 10 de agosto de 2010
Outra vez, Renato!

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

sábado, 31 de julho de 2010
Enfim uma comédia decente.

As primeiras impressões que Juventude revoltada(Youth in revolt,2009, ) mostra, são as de que estamos diante de mais um filme indie nos moldes de Juno ou seja, trilha sonora saudosista e piadas sarcásticas. Mas como eu disse antes, são apenas impressões, Juventude só não é perfeito como também extraí o máximo do elenco composto por Esteve Buscemi(Cães de Aluguel,1992),Zach Galifianakis perfeito no papel de padastro relapso(do engraçadissimo Se beber não case), Michael Cera(Superbad)mais do que fantástico no papel principal e Portia Doubleday revelada e reveladora em cena.
Cera provou que sabe interpretar um jovem nerd com problemas em sua curta filmografia mas em juventude ele está no ápice de sua atuação.A historia é básica, um adolescente de nome engraçado,Nick Twisp(Cera),vive uma vida ''invisível'', gosta de Fellini e Nouvelle Vague,seus pais são divorciados, a mãe omissa, e o pai(Steve Buscemi)totalmente indiferente, contribuem para atmosfera melancólica que envolve a trama. Mas os fatos conspiram e transformam o simples roteiro sobre ''lamúrias da adolescência'' em comédia cult instantânea.Um amor de verão, Sheeni Saunders(Portia Doubleday) arrebata Nick.O amor(hormônios) desperta no protagonista um alter-ego malandro e sem escrúpulos autodenominado François Dillinger( já vale o filme,com a atuação ímpar de Cera com bigodinho)que cadencia os acontecimentos ao instaurar o caos na vida pacata que levava Twisp.Ao contrário de suas obras anteriores o diretor Miguel Arteta( Por um Sentido na Vida,2002) não exibe tanto pessimismo mas preserva um tom mais sarcástico, ácido,vívido.
Juventude revoltada é mais um prodígio desse ano. Mesmo sendo uma adaptação do romance homônimo de C.D.Payne. não macula em nenhum momento a obra original, conseguindo em muitos pontos até aprimorar certos trechos.O tema "adolescência/problemas existências" é um filão atemporal tão explorado quanto o tema ''II guerra mundial''. Mas assim mesmo às vezes com inteligência pode surgir algo novo mesmo que trate sobre algo antigo,porque o que importa é ser original mesmo usando all-star.
terça-feira, 27 de julho de 2010
Retorno do Brasileirão

quarta-feira, 14 de julho de 2010
Adeus, África!

domingo, 11 de julho de 2010
O bom e velho rock.

Cansado de escutar minhas bandas jurássicas porém inigualavéis,decidi procurar por algo musicalmente novo, rock de preferência mas sejamos francos o rock morreu. Mas assim mesmo peguei o mouse e com muita insistência garimpei algumas bandas internacionais emergentes e um bocado de singles e EPs(afinal todo banda hype que se preze deve começar com um EP). Cheguei a conclusão que o rock não morreu, apenas transformou-se.Gradativamente escutei uma à uma e cheguei ao seguinte pensamento : Depois dessa era negra(rimél e franja) que o rock passou(emo, e adjacentes) um filete de luz sobressaísse, mas assim mesmo é apenas um filete.
Além de Arctic Monkeys e seu último álbum, tudo esta muito parecido, Franz Ferdinand, The kooks , entre outras promessas do rock contemporâneo parecem ter perdido a mão e já não conseguem mais surpreender. É claro que seguem fazendo boa musica mas é só. Dentre as a bandas que estou escutando destacam-se sem muitos méritos, Wilco que eu já havia escutado à um tempo atrás e não estava preparado para tanta melancolia e de certa forma não gostei, mas estou aprendendo a apreciar. The xx é uma boa banda,apesar de enfurecer os fãs mais xiitas do rock por usar de muitos artifícios eletrônicos, She and him e Beirut são minhas favoritas no momento. A primeira regravou you got a hold on me dos Beatles e ficou bem agradável sem macular a musica. Já a segunda esta fadada a superar a maldição de 'one hit wonder" da musica elephant gun, mas tem cacife pois escutei o ultimo álbum e com certeza não será tão dificil destaque para as canções Nantes e St. Apollonia. Cheguei também a escutar MGMT mas não foi muito alem de Time to pretende.
O rock esta em plena mutação, indie rock ou rock alternativo ou indie pop rock...enfim as duas bandas que mais caracterizam esse movimento são as que citei Beirut e MGMT. Se não tem cordas e arrranjos primorosos tem batidas eletronicas e vice-e-versa ou até mesmo os dois. Portanto para não errar remomendo o ultimo album dos A.M., Humbug um trabalho amadurecido e original,destaque para balada Cornerstonne e Pretty Visitors. Pois é depois de dar voltas e voltas acabei voltando ao mesmo lugar, o bom e velho rock se é que ele ainda existe...
quarta-feira, 30 de junho de 2010
Análise preguiçosa do Mundial

segunda-feira, 28 de junho de 2010
A influência do twitter na guerra Dunga x Globo
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Desde que Dunga assumiu a frente da seleção brasileira impôs um novo "regime" com relação não só aos jogadores, mas, principalmente, na relação com a imprensa em geral, tendo como princípio a igualdade de acesso de todos os meios radiofônicos e televisivos.
Isso, antes de tudo, era um clamor nacional depois do fiasco protagonizado pela nossa seleção na copa e 2006, onde o deslumbramento refletido em treinamentos "show´s", abertos ao mundo, entrevistas exclusivas, que invariavelmente eram concedidas a Rede Globo.
Isso tudo desconcentrava os jogadores, lhes tirava a privacidade, o diálogo interno, acirrava a disputa de vaidades entre os medalhões da época (Roberto Carlos, Ronaldo, Ronaldinho, etc...) e tirava inclusive o comando do grupo das mãos de quem deveria dar as ordens, ou seja, o técnico.
Se tem notícia de vários abusos nesta época. Dizem que Ronaldo fumava dentro da concentração, que os jogadores saiam quando queriam, dormiam quando queriam, comiam quando, enfim uma baderna que deu no que deu. Lembram da cena emblemática do Roberto Carlos deitado a beira do gramado, em pleno jogo oficial da copa? Logo ele que veio a falhar ao arrumar as meias deixando Henry a "la vonte" para marcar a mandar a seleção brasileira de volta para casa.
Pois bem, quando Dunga assumiu com sua postura reta, séria, mal humorada até, a promessa e o anseio eram a ordem, a disciplina, a unidade e o tão falado comprometimento.
Dunga honrou sua tarefa e assim fez, montou um time unido, comprometido, focado, colocou ordem na seleção e para isso teve de comprar uma briga com o maior formador de opinião e comportamento do país. O quarto poder do estado: A Rede Globo de televisão.
Dunga esta longe de ser um "gentleman". É áspero, seco e, como bom gaúcho, não leva desaforos pra casa. Esta conduta lhe rendeu alguns desentendimentos com repórteres mais "atrevidos" e com maior parte da imprensa, desapontada com a dificuldade de acesso ao "interior" da seleção, como eram acostumados.
Este conflito teve seu auge na véspera da estreia da seleção contra a Corea do Norte, quando Fátima Bernardes chegou na concentração querendo uma exclusiva com Dunga e alguns jogadores do elenco. Dunga imediatamente negou a regalia. Fátima disse ter uma autorização do Presidente Ricardo Teixeira para tanto ao que Dunga prontamente respondeu: - Diga a ele que se insistir com isso eu entrego meu cargo agora!
A entrevista não foi concedida e "Dona Fátima, bateu com a cara na porta". Em uma entrevista coletiva, outro incidente: Enquanto Dunga respondia aos questionamentos, a sua frente, Alex Escobar (jornalista da Rede Globo) falava ao telefone a fazia expressões de desaprovação as respostas de Dunga, balançando a cabeça negativamente. Dunga interrompeu a entrevista e interpelou-o, com certo exagero, há que se admitir, porém ninguém tem sangue de barata, tanto que desculpou-se pelos excesso posteriormente.
O acontecimento causou uma forte repercussão dentro da toda poderosa rede Globo que usou os dias subsequentes para atacar o treinador revolucionário. Tadeu Shimidt no fantástico protagonizou a maior cena de dor de cotovelo que já se viu na Tv Brasileira e fez um discurso covarde sem dar direito a defesa a Dunga (que, como homem, fala frente a frente, sem intermediários).
Ai entra a influência da rede social mais usada no momento, o Twitter, que reflete de modo instantâneo o pensamento ou a opinião da dos usuários. Esta rede é hoje o maior "termômetro" da mídia mundial e sua repercussão tem força e importância no meio.
A reação dos "twitteiros" foi imediata e em menos de um hora a expressão "cala a boca Tadeu Shimdt" estava no topo do "trend topic´s" mundial, ou seja, era o termo mais falado no mundo inteiro, clara manifestação de apoio a Dunga e contra a postura covarde e mesquinha de Rede Globo que foi confirmada nos dias que sucederam por outra campanha veiculada pelo mesmo twitter: O "dia sem globo" onde o usuários combinaram, como protesto, assistir o jogo entre Brasil e Portugal em qualquer outra emissora, em mais uma manifestação de apoio ao treinador. A Globo continuou como líder de audiência, mas seu índice caiu bastante em relação aos outros jogos e outras emissoras como a Band aumentaram vertiginosamente os seus.
Isso mostra duas coisas: 1 – O povo esta do lado de Dunga e satisfeito com seu trabalho. 2 – A força do twitter.
Depois da repercussão negativa veiculada pelo twitter os ataques a Dunga simplesmente acabaram mostrando a importância desta ferramenta e a sua influência da postura da 2° maior rede de televisão do mundo. É a era da interação, da comunicação, todos tem voz e todos juntos muito mais.
sábado, 19 de junho de 2010
Não deixe de viver

Rei Jeremy, o Perverso

Nos pós-noites, depois de muito vinho e bacanais, quando Dionísio não conseguia – ou simplesmente não se dava ao luxo – de escolher o repertório, Jeremy era o encarregado. Mais uma vez não foi uma escolha. Foi mérito.
Ao entardecer de um cinzento e gélido dia, como não parecia haver ânimo para festa nem para os deuses, Dionísio lançou um pergunta.“Tu que tanto adoras o ritmo da flauta, os acordes da lira, não te envolves com a música a ponto de querer fazê-la?”. Jeremy já esperava o questionamento e rebateu como nunca antes havia feito. “Mesmo dedicando a Ela minha vida, não me vejo como um iluminado com a técnica para criá-la. Isso é para os deuses”. É depois disso que inicia a saga de Jeremy.
Dionísio sabia estar diante de um mero mortal, mas com talento de ouvir as nuances da vida tal qual um deus. Resolvido em mudar isso, decidiu condecorá-lo com um memorável cargo terreno. A partir daquele dia seria Rei Jeremy, o que não deixaria a arte da música acabar. Sabendo que a tarefa seria difícil, pediu a Dionísio algum poder para ser leal ao cargo concedido a ele. Audacioso de sua parte, mas foi atendido.
Seria imortal, mas também responsável por dar o dom de criador - a inspiração - para aquele que julgasse merecedor. O preço por possuir elevado poder seria de exercer sua função até perder o gosto por sua tão amada música. Passou a ser conhecido como Jeremy, o Perverso, por impedir o conjunto de ritmos e sonoros que não lhe agradasse de tocar próximo de seus ouvidos.
Muitos persistiram, mas ele conhecia sons para agradar até os deuses. Então, quem ousava contestar sua decisão deveria partir para longe, em busca de algum lugar inaudível para Jeremy. E assim passaram-se séculos, em que o som do “perverso” rei agradou a todos. Mas chegou a hora em que o número de pessoas sob os cuidados do Rei da Música fugiu do controle. Ele perseverou, até pouco tempo atrás, com todas suas forças, para manter o pacto feito com Dionísio.
Não sabia o que tinha acontecido com as pessoas, pareciam felizes ouvindo qualquer ruído! Sempre soube da existência dos disseminadores da discórdia, de seus muitos seguidores, mas não o intimidavam. Sabia que Dionísio tinha deixado seus “herdeiros”, os verdadeiros apreciadores da arte musical.
Sem mais suportar a calúnia com seus ouvidos, confessou ter perdido o controle. Ainda encontrava, mesmo sendo raros, talentos merecedores de seu sopro de inspiração, mas via tantos outros que nem sequer próximos chegavam de suas pretensões. Os deuses do Olimpo não aceitaram se igualar a um “mortal”, mesmo com tamanho poder, e decidiram que ele teria o mesmo fim de todos os outros. Jeremy abdicou de seus poderes e seguiu para o Tártaro, onde Cérbero já o aguardava furioso, não entendendo como havia demorado tanto a chegar àquele final.
Jeremy, julgado como “o perverso”, admitiu sua derrota. Não por ter perdido o gosto pela arte, mas por pouco ouvir a verdadeira música da qual tanto gostava. É o que dizem...
There was a king who ruled the land
His majesty was in command
With silver eyes, the scarlet eagle
Showers silver on the people
Oh mother, tell me more
(Mathilda Mother – Pink Floyd)
quinta-feira, 17 de junho de 2010
A metrópole e o povoado.


- Eram mais ou menos 8:00 da noite de uma segunda-feira, quando o comandante avisou pelo rádio que em alguns minutos o avião vindo do sul pousaria na grande metrópole. Olhando pela janela Simão via um infinito de pequenas luzinhas, que a medida que se aproximava transformava-se num mar de concreto, prédios, ruas e avenidas.
- Sujeito tranqüilo, saído de uma pequena e pacata cidade de interior, onde o engarrafamento da hora do "rush" não passava de uma fila de 5 ou 6 carros no semáforo da rua principal, da praça central da cidadezinha e onde os criminosos eram conhecidos pelos nomes e todos sabiam onde eles viviam, os cachorros eram que perambulavam pelas ruas tinham apelidos e mendigos não haviam, Simão ficou "boquiaberto", aponto de esquecer o medo de aviões, sobretudo em se tratando de um pouso no aeroporto de "Cegonhas", que ficava estreitamente encravado no meio daquela selva de pedras e que já havia vitimado muitos pilotos experientes.
- Quando deu por si já estava a caminho do hotel em meio a gente de todas as partes do mundo e de todas as classes sociais. Com um par de perguntas ficou sabendo de um bom hotel a alguns metros do aeroporto onde poderia hospedar-se de maneira cômoda e relativamente barata. Como não havia feito reserva os minutos na fila da recepção do hotel, onde havia uma televisão sintonizada no Jornal nacional onde Willian Bonner falava da violência daquele mesmo centro, passavam como horas, frente a indefinição da existência ou não de vaga, significava mais que simples acomodação, aquela altura significava segurança.
- A impressão que tinha era de que o lugar era um caminho sem volta para a "vitimação" em algum assalto, seqüestro, quem sabe algum alagamento, enfim, as tragédias que via diariamente na televisão (Idéia que, justiça seja feita, acabou modificada). Por sorte, conseguiu um quarto.
- Acomodado e tranqüilizado sentou-se à janela de seu quarto, com algumas cervejas a contemplar a cidade. Ficou ali tentando entender o que sentia: Curiosidade, temor, preguiça, excitação... Acabou adormecendo, ouvindo a conversa em sotaque diferente de um barzinho de esquina logo abaixo de sua janela.
- No outro dia acordou com o ruído de um avião que passou a poucos metros de sua janela para pousar no aeroporto em frente e que serviu como uma pequena demonstração da do ritmo frenético daquela cidade.
- Aprontou-se para sair, tomou seu café da manhã e sentou-se a frente do hotel, esperando por uma amiga "local" que o apanharia para o cumprimento de seus compromissos da selva de pedra.
- Apenas alguns quarteirões foram o suficiente para ter outra demonstração dos problemas de grandes cidades: Uma avenida enorme totalmente entupida de pessoas, ônibus, carros, todos em disputa por um espaço, por um metro a mais rumo e seus destinos. O trânsito era em ritmo tartaruga, Muita fumaça, muito barulho, muita gente, enfim, "stress"...
- Fazia um pouco de calor e Simão baixou o vidro da janela do carro. Logo notou uma inquietação na amiga, que logo o advertiu: "- É melhor "cê" fecha o vidro ou nós poderemos "estar sendo" assaltados". Outra privação de liberdade. Já não bastasse a dificuldade de locomoção que praticamente lhe limitava o direito de "ir e vir" e a insegurança que lhe mantinha gradeado e "ligado".
- Depois de quase uma hora para percorrer uma distância de 10 Km chegaram a um parte mais tranquila da cidade onde puderam comer em um bom restaurante e caminhar com certa tranquilidade. Quando decidiram sair dali, outra limitação: Foi informado pela amiga de que, devido ao "rodízio", ela não poderia usar seu automóvel antes da 20:00 (eram por volta das 17:00). Sem muita escolha sentaram-se em um "pub" no bairro de "Garden´s" e tomaram algumas cervejas enquanto o tempo passava.
- Para um dia em que se tem tempo para isso, parece perfeito, mas quando essas limitações de liberdade, e outras várias como a insegurança, a demora, o descaso, até mesmo a solidão, tornam a vida quase inviável para "seres" que vem da liberdade, das cadeiras na calçada até tarde nas noites de verão, da caminhada em pleno centro (caminhando pelo lado da praça, na frente da igreja e da prefeitura) bem encasacado numa noite de inverno daquelas frias como só lá no povoado, um silêncio, uma tranquilidade, só o vigia da prefeitura tomando um mate atrás de um poncho.
- Muito melhor andar no meu carro a qualquer hora, a 30 km/h sem cinto e sem habilitação, se quiser, ir até o "passo" tomar uma cerveja e comer um peixe frito enquanto faz comentários como: - Mas "tá" a alto o rio, não tchê?
- Ou quando se deita para dormir, ao invés de aviões, ser acordado no meio da madrugada por uma sinfonia melancólica dos cachorros da vizinhança, e quando falo em vizinhança falo de um raio de 10 ou 15 quarteirões que se pode ouvir no silêncio da noite. Ou ainda adormecer ao som longínquo e ritmado de um grilo.
- Enfim, no povoado se vive a liberdade de maneira mais intensa, se desfruta mais da liberdade, as relações são mais estreitas, se conhece mais as pessoas. Os dias passam mais lentos, se morre menos do coração ou sofre-se menos de "stress".
- Para isso, no entanto, tem-se que sopesar os benefícios de se viver numa cidade grande, opções de cultura, de lazer, de oportunidades profissionais. Da avaliação da importância destes valores contrapostos, que só pode ser feita dentro do íntimo de cada um, se poderá saber qual a melhor opção. Para Simão, tenham certeza, nada chega perto da tranquilidade, do aconchego e da identificação que sente em seu povoado.
segunda-feira, 14 de junho de 2010
Copa do Mundo, muito prazer!
quinta-feira, 10 de junho de 2010
Somos aquilo que ouvimos.

A sensação que às vezes tenho é a de estar dentro de um pseudoarraialtrashrocksertanejopopuniversitário, cada vez que algum carro rebaixado, com potentes auto-falantes entoando músicas com refrões quase que escatológicos como “você se retorce feito cobra mal matada” ou “em uma noite estranha a gente se estranha” passa por mim na rua sinto algo parecido como se alguém estivesse fazendo acupuntura nos meus tímpanos. Nada contra quem quer escutar isso, apenas peço encarecidamente que utilize aquela invenção maravilhosa chamada fones de ouvido, ou simplesmente escute em volume audível para o ouvido humano.