
quarta-feira, 30 de junho de 2010
Análise preguiçosa do Mundial

segunda-feira, 28 de junho de 2010
A influência do twitter na guerra Dunga x Globo
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Desde que Dunga assumiu a frente da seleção brasileira impôs um novo "regime" com relação não só aos jogadores, mas, principalmente, na relação com a imprensa em geral, tendo como princípio a igualdade de acesso de todos os meios radiofônicos e televisivos.
Isso, antes de tudo, era um clamor nacional depois do fiasco protagonizado pela nossa seleção na copa e 2006, onde o deslumbramento refletido em treinamentos "show´s", abertos ao mundo, entrevistas exclusivas, que invariavelmente eram concedidas a Rede Globo.
Isso tudo desconcentrava os jogadores, lhes tirava a privacidade, o diálogo interno, acirrava a disputa de vaidades entre os medalhões da época (Roberto Carlos, Ronaldo, Ronaldinho, etc...) e tirava inclusive o comando do grupo das mãos de quem deveria dar as ordens, ou seja, o técnico.
Se tem notícia de vários abusos nesta época. Dizem que Ronaldo fumava dentro da concentração, que os jogadores saiam quando queriam, dormiam quando queriam, comiam quando, enfim uma baderna que deu no que deu. Lembram da cena emblemática do Roberto Carlos deitado a beira do gramado, em pleno jogo oficial da copa? Logo ele que veio a falhar ao arrumar as meias deixando Henry a "la vonte" para marcar a mandar a seleção brasileira de volta para casa.
Pois bem, quando Dunga assumiu com sua postura reta, séria, mal humorada até, a promessa e o anseio eram a ordem, a disciplina, a unidade e o tão falado comprometimento.
Dunga honrou sua tarefa e assim fez, montou um time unido, comprometido, focado, colocou ordem na seleção e para isso teve de comprar uma briga com o maior formador de opinião e comportamento do país. O quarto poder do estado: A Rede Globo de televisão.
Dunga esta longe de ser um "gentleman". É áspero, seco e, como bom gaúcho, não leva desaforos pra casa. Esta conduta lhe rendeu alguns desentendimentos com repórteres mais "atrevidos" e com maior parte da imprensa, desapontada com a dificuldade de acesso ao "interior" da seleção, como eram acostumados.
Este conflito teve seu auge na véspera da estreia da seleção contra a Corea do Norte, quando Fátima Bernardes chegou na concentração querendo uma exclusiva com Dunga e alguns jogadores do elenco. Dunga imediatamente negou a regalia. Fátima disse ter uma autorização do Presidente Ricardo Teixeira para tanto ao que Dunga prontamente respondeu: - Diga a ele que se insistir com isso eu entrego meu cargo agora!
A entrevista não foi concedida e "Dona Fátima, bateu com a cara na porta". Em uma entrevista coletiva, outro incidente: Enquanto Dunga respondia aos questionamentos, a sua frente, Alex Escobar (jornalista da Rede Globo) falava ao telefone a fazia expressões de desaprovação as respostas de Dunga, balançando a cabeça negativamente. Dunga interrompeu a entrevista e interpelou-o, com certo exagero, há que se admitir, porém ninguém tem sangue de barata, tanto que desculpou-se pelos excesso posteriormente.
O acontecimento causou uma forte repercussão dentro da toda poderosa rede Globo que usou os dias subsequentes para atacar o treinador revolucionário. Tadeu Shimidt no fantástico protagonizou a maior cena de dor de cotovelo que já se viu na Tv Brasileira e fez um discurso covarde sem dar direito a defesa a Dunga (que, como homem, fala frente a frente, sem intermediários).
Ai entra a influência da rede social mais usada no momento, o Twitter, que reflete de modo instantâneo o pensamento ou a opinião da dos usuários. Esta rede é hoje o maior "termômetro" da mídia mundial e sua repercussão tem força e importância no meio.
A reação dos "twitteiros" foi imediata e em menos de um hora a expressão "cala a boca Tadeu Shimdt" estava no topo do "trend topic´s" mundial, ou seja, era o termo mais falado no mundo inteiro, clara manifestação de apoio a Dunga e contra a postura covarde e mesquinha de Rede Globo que foi confirmada nos dias que sucederam por outra campanha veiculada pelo mesmo twitter: O "dia sem globo" onde o usuários combinaram, como protesto, assistir o jogo entre Brasil e Portugal em qualquer outra emissora, em mais uma manifestação de apoio ao treinador. A Globo continuou como líder de audiência, mas seu índice caiu bastante em relação aos outros jogos e outras emissoras como a Band aumentaram vertiginosamente os seus.
Isso mostra duas coisas: 1 – O povo esta do lado de Dunga e satisfeito com seu trabalho. 2 – A força do twitter.
Depois da repercussão negativa veiculada pelo twitter os ataques a Dunga simplesmente acabaram mostrando a importância desta ferramenta e a sua influência da postura da 2° maior rede de televisão do mundo. É a era da interação, da comunicação, todos tem voz e todos juntos muito mais.
sábado, 19 de junho de 2010
Não deixe de viver

Rei Jeremy, o Perverso

Nos pós-noites, depois de muito vinho e bacanais, quando Dionísio não conseguia – ou simplesmente não se dava ao luxo – de escolher o repertório, Jeremy era o encarregado. Mais uma vez não foi uma escolha. Foi mérito.
Ao entardecer de um cinzento e gélido dia, como não parecia haver ânimo para festa nem para os deuses, Dionísio lançou um pergunta.“Tu que tanto adoras o ritmo da flauta, os acordes da lira, não te envolves com a música a ponto de querer fazê-la?”. Jeremy já esperava o questionamento e rebateu como nunca antes havia feito. “Mesmo dedicando a Ela minha vida, não me vejo como um iluminado com a técnica para criá-la. Isso é para os deuses”. É depois disso que inicia a saga de Jeremy.
Dionísio sabia estar diante de um mero mortal, mas com talento de ouvir as nuances da vida tal qual um deus. Resolvido em mudar isso, decidiu condecorá-lo com um memorável cargo terreno. A partir daquele dia seria Rei Jeremy, o que não deixaria a arte da música acabar. Sabendo que a tarefa seria difícil, pediu a Dionísio algum poder para ser leal ao cargo concedido a ele. Audacioso de sua parte, mas foi atendido.
Seria imortal, mas também responsável por dar o dom de criador - a inspiração - para aquele que julgasse merecedor. O preço por possuir elevado poder seria de exercer sua função até perder o gosto por sua tão amada música. Passou a ser conhecido como Jeremy, o Perverso, por impedir o conjunto de ritmos e sonoros que não lhe agradasse de tocar próximo de seus ouvidos.
Muitos persistiram, mas ele conhecia sons para agradar até os deuses. Então, quem ousava contestar sua decisão deveria partir para longe, em busca de algum lugar inaudível para Jeremy. E assim passaram-se séculos, em que o som do “perverso” rei agradou a todos. Mas chegou a hora em que o número de pessoas sob os cuidados do Rei da Música fugiu do controle. Ele perseverou, até pouco tempo atrás, com todas suas forças, para manter o pacto feito com Dionísio.
Não sabia o que tinha acontecido com as pessoas, pareciam felizes ouvindo qualquer ruído! Sempre soube da existência dos disseminadores da discórdia, de seus muitos seguidores, mas não o intimidavam. Sabia que Dionísio tinha deixado seus “herdeiros”, os verdadeiros apreciadores da arte musical.
Sem mais suportar a calúnia com seus ouvidos, confessou ter perdido o controle. Ainda encontrava, mesmo sendo raros, talentos merecedores de seu sopro de inspiração, mas via tantos outros que nem sequer próximos chegavam de suas pretensões. Os deuses do Olimpo não aceitaram se igualar a um “mortal”, mesmo com tamanho poder, e decidiram que ele teria o mesmo fim de todos os outros. Jeremy abdicou de seus poderes e seguiu para o Tártaro, onde Cérbero já o aguardava furioso, não entendendo como havia demorado tanto a chegar àquele final.
Jeremy, julgado como “o perverso”, admitiu sua derrota. Não por ter perdido o gosto pela arte, mas por pouco ouvir a verdadeira música da qual tanto gostava. É o que dizem...
There was a king who ruled the land
His majesty was in command
With silver eyes, the scarlet eagle
Showers silver on the people
Oh mother, tell me more
(Mathilda Mother – Pink Floyd)
quinta-feira, 17 de junho de 2010
A metrópole e o povoado.


- Eram mais ou menos 8:00 da noite de uma segunda-feira, quando o comandante avisou pelo rádio que em alguns minutos o avião vindo do sul pousaria na grande metrópole. Olhando pela janela Simão via um infinito de pequenas luzinhas, que a medida que se aproximava transformava-se num mar de concreto, prédios, ruas e avenidas.
- Sujeito tranqüilo, saído de uma pequena e pacata cidade de interior, onde o engarrafamento da hora do "rush" não passava de uma fila de 5 ou 6 carros no semáforo da rua principal, da praça central da cidadezinha e onde os criminosos eram conhecidos pelos nomes e todos sabiam onde eles viviam, os cachorros eram que perambulavam pelas ruas tinham apelidos e mendigos não haviam, Simão ficou "boquiaberto", aponto de esquecer o medo de aviões, sobretudo em se tratando de um pouso no aeroporto de "Cegonhas", que ficava estreitamente encravado no meio daquela selva de pedras e que já havia vitimado muitos pilotos experientes.
- Quando deu por si já estava a caminho do hotel em meio a gente de todas as partes do mundo e de todas as classes sociais. Com um par de perguntas ficou sabendo de um bom hotel a alguns metros do aeroporto onde poderia hospedar-se de maneira cômoda e relativamente barata. Como não havia feito reserva os minutos na fila da recepção do hotel, onde havia uma televisão sintonizada no Jornal nacional onde Willian Bonner falava da violência daquele mesmo centro, passavam como horas, frente a indefinição da existência ou não de vaga, significava mais que simples acomodação, aquela altura significava segurança.
- A impressão que tinha era de que o lugar era um caminho sem volta para a "vitimação" em algum assalto, seqüestro, quem sabe algum alagamento, enfim, as tragédias que via diariamente na televisão (Idéia que, justiça seja feita, acabou modificada). Por sorte, conseguiu um quarto.
- Acomodado e tranqüilizado sentou-se à janela de seu quarto, com algumas cervejas a contemplar a cidade. Ficou ali tentando entender o que sentia: Curiosidade, temor, preguiça, excitação... Acabou adormecendo, ouvindo a conversa em sotaque diferente de um barzinho de esquina logo abaixo de sua janela.
- No outro dia acordou com o ruído de um avião que passou a poucos metros de sua janela para pousar no aeroporto em frente e que serviu como uma pequena demonstração da do ritmo frenético daquela cidade.
- Aprontou-se para sair, tomou seu café da manhã e sentou-se a frente do hotel, esperando por uma amiga "local" que o apanharia para o cumprimento de seus compromissos da selva de pedra.
- Apenas alguns quarteirões foram o suficiente para ter outra demonstração dos problemas de grandes cidades: Uma avenida enorme totalmente entupida de pessoas, ônibus, carros, todos em disputa por um espaço, por um metro a mais rumo e seus destinos. O trânsito era em ritmo tartaruga, Muita fumaça, muito barulho, muita gente, enfim, "stress"...
- Fazia um pouco de calor e Simão baixou o vidro da janela do carro. Logo notou uma inquietação na amiga, que logo o advertiu: "- É melhor "cê" fecha o vidro ou nós poderemos "estar sendo" assaltados". Outra privação de liberdade. Já não bastasse a dificuldade de locomoção que praticamente lhe limitava o direito de "ir e vir" e a insegurança que lhe mantinha gradeado e "ligado".
- Depois de quase uma hora para percorrer uma distância de 10 Km chegaram a um parte mais tranquila da cidade onde puderam comer em um bom restaurante e caminhar com certa tranquilidade. Quando decidiram sair dali, outra limitação: Foi informado pela amiga de que, devido ao "rodízio", ela não poderia usar seu automóvel antes da 20:00 (eram por volta das 17:00). Sem muita escolha sentaram-se em um "pub" no bairro de "Garden´s" e tomaram algumas cervejas enquanto o tempo passava.
- Para um dia em que se tem tempo para isso, parece perfeito, mas quando essas limitações de liberdade, e outras várias como a insegurança, a demora, o descaso, até mesmo a solidão, tornam a vida quase inviável para "seres" que vem da liberdade, das cadeiras na calçada até tarde nas noites de verão, da caminhada em pleno centro (caminhando pelo lado da praça, na frente da igreja e da prefeitura) bem encasacado numa noite de inverno daquelas frias como só lá no povoado, um silêncio, uma tranquilidade, só o vigia da prefeitura tomando um mate atrás de um poncho.
- Muito melhor andar no meu carro a qualquer hora, a 30 km/h sem cinto e sem habilitação, se quiser, ir até o "passo" tomar uma cerveja e comer um peixe frito enquanto faz comentários como: - Mas "tá" a alto o rio, não tchê?
- Ou quando se deita para dormir, ao invés de aviões, ser acordado no meio da madrugada por uma sinfonia melancólica dos cachorros da vizinhança, e quando falo em vizinhança falo de um raio de 10 ou 15 quarteirões que se pode ouvir no silêncio da noite. Ou ainda adormecer ao som longínquo e ritmado de um grilo.
- Enfim, no povoado se vive a liberdade de maneira mais intensa, se desfruta mais da liberdade, as relações são mais estreitas, se conhece mais as pessoas. Os dias passam mais lentos, se morre menos do coração ou sofre-se menos de "stress".
- Para isso, no entanto, tem-se que sopesar os benefícios de se viver numa cidade grande, opções de cultura, de lazer, de oportunidades profissionais. Da avaliação da importância destes valores contrapostos, que só pode ser feita dentro do íntimo de cada um, se poderá saber qual a melhor opção. Para Simão, tenham certeza, nada chega perto da tranquilidade, do aconchego e da identificação que sente em seu povoado.
segunda-feira, 14 de junho de 2010
Copa do Mundo, muito prazer!
quinta-feira, 10 de junho de 2010
Somos aquilo que ouvimos.

A sensação que às vezes tenho é a de estar dentro de um pseudoarraialtrashrocksertanejopopuniversitário, cada vez que algum carro rebaixado, com potentes auto-falantes entoando músicas com refrões quase que escatológicos como “você se retorce feito cobra mal matada” ou “em uma noite estranha a gente se estranha” passa por mim na rua sinto algo parecido como se alguém estivesse fazendo acupuntura nos meus tímpanos. Nada contra quem quer escutar isso, apenas peço encarecidamente que utilize aquela invenção maravilhosa chamada fones de ouvido, ou simplesmente escute em volume audível para o ouvido humano.