sexta-feira, 14 de maio de 2010

Frigorífico de promessas


Quando um garoto ingressa pela primeira vez em uma escolinha de futebol, tem na cabeça o sonho de ser um famoso jogador e ir o quanto antes para a Europa. Mal sabe que isso pode ser mortal para sua carreira.


Inúmeras revelações do futebol brasileiro acabam sendo esquecidas ao escolherem mal o destino. Ao vislumbrar a chance de concretizar rapidamente seu sonho de infância, seja por escolha própria ou de seus empresários e procuradores, aceitam as primeiras propostas que lhes é oferecida. Passam pela Lisboa, do Benfica, pela Madrid, do Real, pela Milão dos gigante Milan e Internazionale, tudo isso de avião, pois o destino é o leste europeu, mais precisamente a fria e distante Ucrânia. Ilsinho, Jádson, Luiz Adriano; alguém lembra deles? Giuliano, meia do Internacional, foi perguntado no final do ano passado sobre o motivo de ele ter se recusado a entrar para essa lista de esquecidos. Sua resposta? O menino disse que, quando sair do Inter, quer ir para um clube maior e com mais visibilidade. Corretíssima a sua decisão. Acredito que se o sonho é jogar, por exemplo, no Milan, é mais fácil chegar lá indo primeiro para um clube menor, mas dentro do mesmo campeonato, como Chievo ou Catania, do que esconder-se no Shaktar Donetsk, como os jogadores citados acima. A maioria dos que chegam lá, acabam retornando ao Brasil e desistindo de voltar ao velho continente, como dois ex-jogadores do Dínamo de Kiev: Rodrigo, que andou por São Paulo, Flamengo e hoje joga no Grêmio, e Corrêa, que após tentar a sorte na capital ucraniana disputou o último Brasileirão pelo Atlético-MG.


Por isso apoio o volante Sandro na sua ida para o Tottenham, da Inglaterra. Se mostrar um bom futebol e firmar-se como titular, quem sabe não chame a atenção de um dos grandes clubes da terra da rainha e assuma, daqui alguns anos, as vagas que deixarão os veteranos Scholes, do Manchester United, ou Lampard, do Chelsea.

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