sexta-feira, 1 de abril de 2011

O Âmago Abandonado, a Consciência, um Mago

Acordei num torpor sedado e por um imenso pântano circundado. Noite de inverno sem lua, talvez a mais escura. Vi um galho ao vento desenhar um vulto na água parada, mesmo indefinido, enxergava um sorriso q logo se desfez...

No primeiro passo na escuridão, foi meio corpo enterrado em um bolsão de lama, certamente me enfiei onde nem ao menos havia calcário para fazer o chão. Escutei um velho desdenhando: ¨Não reclamas se não enxergas o chão, aumente teus braços com o que tens à mão e aprenda que às vezes é confusa a visão¨.

Arranquei um galho alcançável, fiz uma base e enfim saí do barro.

Cansado, sujo, faminto e picado por mil mosquitos zumbindo à loucura, olhei pro céu como não costumava olhar. Pedi por água, alimento, ou algo para anestesiar.

Montei um estrado entre 3 galhos próximos, cobri com larga folhagem nativa e escureceu.

Gritei alto e silenciei. No silêncio escutei o velho desgraçado: ¨Te fudeste por agora, e se fizeres fogo, aumentarás muito tuas chances de fazeres parte do amanhã e aprenderes que só teu pensamento limita, tuas possibilidades sempre foram infinitas¨.

Eu tinha um isqueiro molhado e uma faca de churrasco, havia palha entre galhos entrevados e uma casca de árvore seca.

Amanheceu 6h. 4 horas lutando por fogo e a fumaça surgiu na palha . Já não valia nada, mas eu gargalhava feliz.. Meu orgulho era real, por segundos sentí-me imortal.

O velho apontou e disse: ¨Use teu talento mais bonito, dentro deste desequílibrio compulsivo. Mesmo que faças merda e farás, o mundo desabará tantas vezes quantas permití-lo e irá levantar-se cada vez mais sólido, desde que não construas beirando o precipício. Sejas simples consigo, usa o que sabes e aprenderes para auxiliar os amigos e os demais. Faça das merdas o cimento, a cola da torre erguida nas virtudes frustradas e vitórias desprezadas. E por 10s simplesmente não sejas crítico, abra os braços, sorrias e sejas lindo. Entendas tua individualidade, e apartir daí conversaremos.¨

Mesmo muito tosco, o velho disse o que eu precisava. Espero notícias desse velho amigo, que nem nome revelou.

(Editem os textos, aqui deu pau na hora de formatá-los) Bruno Caldas.

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