terça-feira, 27 de abril de 2010

Ô, Geraldão... [4]

Lúcia comentou toda faceira a coincidência. O Geraldo velho de guerra engoliu seco. Em São Gabriel, onde ele nasceu, diriam que ele ficou mais sem graça que padre em puteiro. Pois bem...Geraldão não frouxou o garrão. Ficou por ali, meio que observando o andamento da coisa.


Rita até então comportou-se com extrema perícia. O problema foi Paulo, o sem-vergonha do Paulo. Por que fui convidar essa praga? - pensou Geraldo. Depois da décima rodada, todos já estavam embaladitos, menos Geraldão, que disse que não ia beber porque tinha que voltar dirigindo. Lúcia, sempre que bebe, pensa que é comediante. E entre uma piadinha e outra, comentou com o marido que não sabia que o Paulo, que sempre foi de escolher mulher pelo sobrenome, tava namorando logo a filha do bolicheiro, aquela pobretona. E o marido nada. Não demorou e o Paulo gostou da brincadeira, e começou a se enfeitar pra Rita. Duas e três e ele dava uma tentiada e Rita olhava quieta pro Geraldo, se comportando como ninguém.


A cordeona choramingava, e o trago ia consumindo o pessoal da mesa. Dali a pouco a Rita já se debulhava em sorrisos pro Paulo. Nisso, Lúcia fala que o esposo tá muito quieto, e oferece ele à Rita, pra dançarem uma música juntos. Ele dispara, diz que não tá com vontade de dançar, se esquiva, toma um gole de refrigerante, mas não teve jeito. Lúcia pega os dois pela mão e põe no meio do CTG.


E agora índio velho? O que fazer?

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