A lenda diz que Jeremy é eterno. Conta-se de seu lugar como um dos pupilos de Dionísio. Ao contrário da versão dita por muitos, ele não foi escolhido pelo destino. Garantiu seu cargo devido ao modo como interpretava a música. Tratava-a como suprema obra de arte.
Nos pós-noites, depois de muito vinho e bacanais, quando Dionísio não conseguia – ou simplesmente não se dava ao luxo – de escolher o repertório, Jeremy era o encarregado. Mais uma vez não foi uma escolha. Foi mérito.
Ao entardecer de um cinzento e gélido dia, como não parecia haver ânimo para festa nem para os deuses, Dionísio lançou um pergunta.“Tu que tanto adoras o ritmo da flauta, os acordes da lira, não te envolves com a música a ponto de querer fazê-la?”. Jeremy já esperava o questionamento e rebateu como nunca antes havia feito. “Mesmo dedicando a Ela minha vida, não me vejo como um iluminado com a técnica para criá-la. Isso é para os deuses”. É depois disso que inicia a saga de Jeremy.
Dionísio sabia estar diante de um mero mortal, mas com talento de ouvir as nuances da vida tal qual um deus. Resolvido em mudar isso, decidiu condecorá-lo com um memorável cargo terreno. A partir daquele dia seria Rei Jeremy, o que não deixaria a arte da música acabar. Sabendo que a tarefa seria difícil, pediu a Dionísio algum poder para ser leal ao cargo concedido a ele. Audacioso de sua parte, mas foi atendido.
Seria imortal, mas também responsável por dar o dom de criador - a inspiração - para aquele que julgasse merecedor. O preço por possuir elevado poder seria de exercer sua função até perder o gosto por sua tão amada música. Passou a ser conhecido como Jeremy, o Perverso, por impedir o conjunto de ritmos e sonoros que não lhe agradasse de tocar próximo de seus ouvidos.
Muitos persistiram, mas ele conhecia sons para agradar até os deuses. Então, quem ousava contestar sua decisão deveria partir para longe, em busca de algum lugar inaudível para Jeremy. E assim passaram-se séculos, em que o som do “perverso” rei agradou a todos. Mas chegou a hora em que o número de pessoas sob os cuidados do Rei da Música fugiu do controle. Ele perseverou, até pouco tempo atrás, com todas suas forças, para manter o pacto feito com Dionísio.
Não sabia o que tinha acontecido com as pessoas, pareciam felizes ouvindo qualquer ruído! Sempre soube da existência dos disseminadores da discórdia, de seus muitos seguidores, mas não o intimidavam. Sabia que Dionísio tinha deixado seus “herdeiros”, os verdadeiros apreciadores da arte musical.
Sem mais suportar a calúnia com seus ouvidos, confessou ter perdido o controle. Ainda encontrava, mesmo sendo raros, talentos merecedores de seu sopro de inspiração, mas via tantos outros que nem sequer próximos chegavam de suas pretensões. Os deuses do Olimpo não aceitaram se igualar a um “mortal”, mesmo com tamanho poder, e decidiram que ele teria o mesmo fim de todos os outros. Jeremy abdicou de seus poderes e seguiu para o Tártaro, onde Cérbero já o aguardava furioso, não entendendo como havia demorado tanto a chegar àquele final.
Jeremy, julgado como “o perverso”, admitiu sua derrota. Não por ter perdido o gosto pela arte, mas por pouco ouvir a verdadeira música da qual tanto gostava. É o que dizem...
There was a king who ruled the land
His majesty was in command
With silver eyes, the scarlet eagle
Showers silver on the people
Oh mother, tell me more
(Mathilda Mother – Pink Floyd)
Nos pós-noites, depois de muito vinho e bacanais, quando Dionísio não conseguia – ou simplesmente não se dava ao luxo – de escolher o repertório, Jeremy era o encarregado. Mais uma vez não foi uma escolha. Foi mérito.
Ao entardecer de um cinzento e gélido dia, como não parecia haver ânimo para festa nem para os deuses, Dionísio lançou um pergunta.“Tu que tanto adoras o ritmo da flauta, os acordes da lira, não te envolves com a música a ponto de querer fazê-la?”. Jeremy já esperava o questionamento e rebateu como nunca antes havia feito. “Mesmo dedicando a Ela minha vida, não me vejo como um iluminado com a técnica para criá-la. Isso é para os deuses”. É depois disso que inicia a saga de Jeremy.
Dionísio sabia estar diante de um mero mortal, mas com talento de ouvir as nuances da vida tal qual um deus. Resolvido em mudar isso, decidiu condecorá-lo com um memorável cargo terreno. A partir daquele dia seria Rei Jeremy, o que não deixaria a arte da música acabar. Sabendo que a tarefa seria difícil, pediu a Dionísio algum poder para ser leal ao cargo concedido a ele. Audacioso de sua parte, mas foi atendido.
Seria imortal, mas também responsável por dar o dom de criador - a inspiração - para aquele que julgasse merecedor. O preço por possuir elevado poder seria de exercer sua função até perder o gosto por sua tão amada música. Passou a ser conhecido como Jeremy, o Perverso, por impedir o conjunto de ritmos e sonoros que não lhe agradasse de tocar próximo de seus ouvidos.
Muitos persistiram, mas ele conhecia sons para agradar até os deuses. Então, quem ousava contestar sua decisão deveria partir para longe, em busca de algum lugar inaudível para Jeremy. E assim passaram-se séculos, em que o som do “perverso” rei agradou a todos. Mas chegou a hora em que o número de pessoas sob os cuidados do Rei da Música fugiu do controle. Ele perseverou, até pouco tempo atrás, com todas suas forças, para manter o pacto feito com Dionísio.
Não sabia o que tinha acontecido com as pessoas, pareciam felizes ouvindo qualquer ruído! Sempre soube da existência dos disseminadores da discórdia, de seus muitos seguidores, mas não o intimidavam. Sabia que Dionísio tinha deixado seus “herdeiros”, os verdadeiros apreciadores da arte musical.
Sem mais suportar a calúnia com seus ouvidos, confessou ter perdido o controle. Ainda encontrava, mesmo sendo raros, talentos merecedores de seu sopro de inspiração, mas via tantos outros que nem sequer próximos chegavam de suas pretensões. Os deuses do Olimpo não aceitaram se igualar a um “mortal”, mesmo com tamanho poder, e decidiram que ele teria o mesmo fim de todos os outros. Jeremy abdicou de seus poderes e seguiu para o Tártaro, onde Cérbero já o aguardava furioso, não entendendo como havia demorado tanto a chegar àquele final.
Jeremy, julgado como “o perverso”, admitiu sua derrota. Não por ter perdido o gosto pela arte, mas por pouco ouvir a verdadeira música da qual tanto gostava. É o que dizem...
There was a king who ruled the land
His majesty was in command
With silver eyes, the scarlet eagle
Showers silver on the people
Oh mother, tell me more
(Mathilda Mother – Pink Floyd)
Shimite, tu é foda!
ResponderExcluirAbsolutamente extraordinário...
Grande abraço
filho de uma Biscate ! Hahahah. Velho mais que brilhante, outra obra prima para o nabancarrota parabens meu velho e tenho certeza que todos somos um pouco ''jeremy''. Congratulações
ResponderExcluirps: Tráááá(2)
Muito bom André! Depois que acertarmos a comissão vou espalhar cartazes pela FURG, haha
ResponderExcluirGostei muito mesmo :D
beijos